sábado, 3 de agosto de 2013

Natureza Ensina: "Como Adequar-se",compondo,dançando..Vivendo..




Hoje, 2 de Agosto, registramos  "alguns" dos momentos em que  transitando na cidade ,ainda  que estejamos "cercados"pelo cenário 'Urbano, a NATUREZA  IMPRIME, ensina, FAZ  REFLETIR e  nos  mostra  que  "ELA", nas suas mais diferentes  REPRESENTAÇÕES,REINOS, CRIATURAS da CRIAÇÃO,vivem  e RENASCEM em meio ao "PROGRESSO" Urbano..Social..Político, Econômico...

A  NATUREZA  das árvores  sobretudo, dos pássaros,da  Fauna, Flora,de todo ecossistema, em Porto Alegre/RS, bem como  em outras  capitais, semostra MAIS QUE PRESENTE..

Estas  árvores que fotografamos "HOJE", vem mostrando muito ,dia após dia..neste Prédio, em uma das  avenidas mais  movimentadas  de  Porto Alegre, "abriga", "preserva", um  singelo "Jardim...Um Jardim onde  algumas árvores mostram suas  "MÃOS", agarradas  aos 'BANCOS",ao "Concreto"..e onde  outras  irmãs,árvores estão sendo cercadas por faixas porque estão "inclinadas demais e"ameaçam" tocar as paredes do Prédio Central Park..



Outros  "detalhes"que  não passam desapercebidos aos que "ali PARAM para SENTIR, são os pássaros  que  dançam de galho em galho,tomam banhos e  bebem água  das "torneiras"...

Entre  um vôos e outro,lidam com o contraste  dos "FUMÓDROMOS"...locais  onde  são depositadas  as "bicas de cigarro" de muitos fumantes...

Ali fomos hoje em visita  a médico...

Este Registro fala de  "COMO NOS  ADEQUAMOS",como cada um(a) de Nós  vem vivendo , ou "sobrevivendo"..
Mas, também  a alta complexidade do que aqui se  coloca, deve ser  devagar  digerida, sentida..

Acreditamos  que  não se  pode  mudar  o que está  'aí",mas  se pode SIM, buscar  UM NOVO "Olhar"..Observar mais o "como"  se interage  nesta NATUREZA, seja  lá   na  MATA, ou aqui nas cidades...


Transitamos,como os pássaros, árvores,Pedras, Jardins amplos, ou "restritos", mas ainda  E SEMPRE,EM REGENERAÇÃO, em "LUTA"  e  DE PÉ!

As raízes  são PROFUNDAS...Não é mesmo?  Falam..contornam  BANCOS DE PRAÇAS, MUROS, e  FAZEM ECOAR  UM GRITO PELA VIDA! Cercadas  ou não..Lá estão..RESPIRANDO,EMBELEZANDO...ADEQUANDO-SE ,trabalhando com o que se  tem..

Assim   foi...assim é..A  NATUREZA,JAMAIS DEIXARÁ DE EXISTIR,ELA, SEGUE..SEMPRE SEGUIRÁ..Mas...AS CRIATURAS?  SERES  DE TODOS OS REINOS.."GENTE" DESTA TERRA...Como  estará?



A questão aqui  não é buscar  MUDAR conceitos,visões,filosofias, práticas..enfim...Apenas  um REGISTRO..Apenas e tão somente..o que ESCUTAMOS o tempo todo da  NATUREZA..estejamos onde estejamos...





Nós...também bebemos...desta "Fonte"..

Liana Utinguassu Tata'endy










Esta Arvore  IMPRIMIU..do outro lado do MUNDO..Libano...SUA  NATUREZA....




Um comentário:

  1. Sou mulher como outra qualquer.
    Venho do século passado
    e trago comigo todas as idades.

    Nasci numa rebaixa de serra
    Entre serras e morros.
    “Longe de todos os lugares”.
    Numa cidade de onde levaram
    o ouro e deixaram as pedras.

    Junto a estas decorreram
    a minha infância e adolescência.

    Aos meus anseios respondiam
    as escarpas agrestes.
    E eu fechada dentro
    da imensa serrania
    que se azulava na distância
    longínqua.

    Numa ânsia de vida eu abria
    O vôo nas asas impossíveis
    do sonho.

    Venho do século passado.
    Pertenço a uma geração
    ponte, entre a libertação
    dos escravos e o trabalhador livre.
    Entre a monarquia caída e a república
    que se instalava.

    Todo o ranço do passado era presente.
    A brutalidade, a incompreensão, a ignorância, o carrancismo.
    Os castigos corporais.
    Nas casas. Nas escolas.
    Nos quartéis e nas roças.
    A criança não tinha vez,
    Os adultos eram sádicos
    aplicavam castigos humilhantes.

    Tive uma velha mestra que já
    havia ensinado uma geração
    antes da minha.
    Os métodos de ensino eram
    antiquados e aprendi as letras
    em livros superados de que
    ninguém mais fala.

    Nunca os algarismos me
    entraram no entendimento.
    De certo pela pobreza que marcaria
    Para sempre minha vida.
    Precisei pouco dos números.

    Sendo eu mais doméstica do
    que intelectual,
    não escrevo jamais de forma
    consciente e racionada, e sim
    impelida por um impulso incontrolável.
    Sendo assim, tenho a
    consciência de ser autêntica.

    Nasci para escrever, mas, o meio,
    o tempo, as criaturas e fatores
    outros, contra-marcaram minha vida.

    Sou mais doceira e cozinheira
    Do que escritora, sendo a culinária
    a mais nobre de todas as Artes:
    objetiva, concreta, jamais abstrata
    a que está ligada à vida e
    à saúde humana.

    Nunca recebi estímulos familiares para ser literata.
    Sempre houve na família, senão uma
    hostilidade, pelo menos uma reserva determinada
    a essa minha tendência inata.
    Talvez, por tudo isso e muito mais,
    sinta dentro de mim, no fundo dos meus
    reservatórios secretos, um vago desejo de analfabetismo.
    Sobrevivi, me recompondo aos
    bocados, à dura compreensão dos
    rígidos preconceitos do passado.

    Preconceitos de classe.
    Preconceitos de cor e de família.
    Preconceitos econômicos.
    Férreos preconceitos sociais.

    A escola da vida me suplementou
    as deficiências da escola primária
    que outras o destino não me deu.

    Foi assim que cheguei a este livro
    Sem referências a mencionar.

    Nenhum primeiro prêmio.
    Nenhum segundo lugar.

    Nem Menção Honrosa.
    Nenhuma Láurea.

    Apenas a autenticidade da minha
    poesia arrancada aos pedaços
    do fundo da minha sensibilidade,
    e este anseio:
    procuro superar todos os dias
    Minha própria personalidade
    renovada,
    despedaçando dentro de mim
    tudo que é velho e morto.

    Luta, a palavra vibrante
    que levanta os fracos
    e determina os fortes.

    Quem sentirá a Vida
    destas páginas...
    Gerações que hão de vir
    de gerações que vão nascer.

    (Meu Livro de Cordel, p.73 -76, 8°ed, 1998)Cora Coralina

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