sexta-feira, 5 de abril de 2024

PALAVRAS AO VENTO



"Não pronuncie palavras que possam criar discórdia ou causar a divisões. Faça todos os esforços para reconciliar as pessoas e resolver todos os conflitos, nem que sejam pequenos. Não diga coisas falsas nem por interesse pessoal, nem para impressionar as pessoas. Não diga palavras que causam divisão e ódio. Não espalhe notícias que você não sabe se são verdadeiras. Não critique ou condene coisas das quais você não tem certeza. Sempre fale a verdade, de maneira construtiva. Tenha a coragem de levantar sua voz quando ver uma situação injusta, mesmo se quando ao fazer isto você coloca sua segurança em perigo." -Thich Nhat Hanh (1926~2022).



Este é um tema daqueles que se desdobram em mil faces...

As lições mais profundas que aprendi e sigo a aprender sobre "palavras", seguem uma base ancestral Indígena em mim, onde jamais deveremos proferir falsas verdades, ou cuspir palavras ao vento, sem que façamos uma boa reflexão antes, do como estas palavras vão "bater" no outro.Palavras podem matar,ou fazer renascer.

Claro que meus Pais, vem antes aí, como em tudo que diz respeito a minha história.

Meus Pais me ensinaram muito e sigo a aprender com o que ecoa deles, em mim.

Sempre cuidei muito, o que penso, digo e faço,mas é claro, não somos infalíveis e em algum momento, "algo" não vai ecoar tão bem do outro lado.

Cada um de nós, tem sua história, suas bases, suas crenças e valores aí, mas as nações originárias me ensinam demais sobre "PALAVRAS AO VENTO"...

O Titulo aqui, significa muito para mim, assim como os ensinamentos budistas do Mestre Thay.

Agora, fazer tudo para reconciliar, sim, é algo que necessita não somente nossa vontade,mas o tempo do outro, a vontade e entendimentos deste outro.

Hoje, também cruzo ensinamentos sistêmicos aí,pois há um profundo olhar acerca de "Não tomar aquilo que não é nosso".

De fazer aquilo que nos toca,mas não interferir em outras questões que dizem respeito, por princípios do "Amor", da ajuda, à outras pessoas em nosso sistema, em nossas relações.

Às vezes, querendo ajudar, reconciliar, acabamos invadindo espaços e nos enredando em questões que não são de nossa responsabilidade direta, tampouco dependem de nós.

Falar a verdade! Sempre! Doa a quem doer, porque em um simples olhar, a falsa verdade trará mais malefícios que benefícios e aí, até podemos aqui citar  a parábola da Mentira e da verdade.

Conta uma parábola de origem judaica que a Mentira e a Verdade, em um dia de sol, saíram a caminhar no campo. E resolveram banhar-se nas águas de um rio que se apresentava muito convidativo. Cada uma tirou a sua roupa e caíram na água. Mas, a um dado momento a Mentira aproveitou-se da distração da Verdade, saiu da água e vestiu as roupas da Verdade. Quando esta saiu da água, negou-se a usar as vestes da Mentira. Saiu nua a perseguir a Mentira. As pessoas que as viam passar acolhiam a Mentira com as vestes da Verdade, mas proferiam impropérios e condenações contra a atitude despudorada da Verdade. Moral: as pessoas estão mais dispostas a aprovar a Mentira com vestes de Verdade do que enfrentar a Verdade nua e crua.

Eu penso desta forma.

Se alguém desejar ler na íntegra:
https://dasculturas.com/2018/06/13/parabola-a-verdade-e-a-mentira/