sexta-feira, 17 de maio de 2013


Não me Defino


Fonte deste  Texto:Facebook Autor desconhecido
Eu n
Eu não me defino pelos muitos obstáculos que apareceram no meu caminho.


Defino-me pela coragem que encontrei para construir novas estradas.

Eu não me defino pelas decepções que tenho enfrentado.


Defino-me pelo perdão e a fé que encontrei para começar de novo.

Não me defino pelo tempo que uma relação durou.


Defino-me pela forma como amei e pela capacidade de esta disposto a amar novamente e como eu ainda amo



Eu não me defino pelas vezes que fui derrubado.


Defino-me pelas vezes que tenho lutado pelos meus pés.

Eu não me defino pelas vezes que pareci um tolo.


Defino-me pelo número de riscos que tomei.

Não me defino pelo número de erros que fiz.


Defino-me pelo que aprendi ao tentar uma nova maneira.

Eu não sou minha dor...

Eu não sou meu passado...

Eu sou o que emergiu do fogo..!








Cartas à todos  que um dia concederam um espaço para compartilhar


Nesta  vida, todos  nós  temos  etapas  que  seguramente recordamos,muitas  vezes   as  recordações podem  nos  fazer  reviver  sentimentos  que  foram  mais  difíceis  de "digerir", mas ainda  assim, recordar  nos faz  aprender  com todas  estas  etapas  vivenciadas e isto significa  que  ao menos se buscou  administrar, compreender,perdoar, aceitar..

Aqui quero  escrever  uma Carta  á  todos(as) pessoas que  me  permitiram  compartilhar  ,fosse  através de uma oportunidade de  emprego, ou  em  outras  rodas  e danças.
"Voces", me  ensinaram demais  e espero  que eu siga a aprender, mesmo já com 51 anos...Sempre aprendemos!Com o tempo  apenas  vamos  ajustando, polindo, um tanto mais e  a visão  vai  amadurecendo,análises  de  antes, servem  como  base..O ANTES...Sempre  há um antes  na  vida  de todos  nós  e  em nossa memória ancestral.

Aos  meus  13  anos  fui admitida para trabalharem um escritório imobiliário  e meu  "chefe"  era um senhor por demais rígido..Assim eu o sentia...Para não citar nomes  aqui, vou  apenas  colocar  as  iniciais deste senhor que  inicio esta carta...

Senhor M.S:  O Senhor  me  ensinou tanto  no dia  em que duvidou de minha palavra  dizendo que havia  lhe roubado  um cheque  de  sua  gaveta ..

O Senhor  ,talvez não recorde mais daquela criança  que  eu era..com apenas  13 anos,uma menina  que buscava   fazer seu melhor, pois  eu tinha já  minhas  responsabilidades desde cedo e  valores  dos quais nunca  abri mão,mesmo sendo apenas uma  mocinha de 13  anos..

Senhor  M.S.. Eu  perdi meu Pai  cedo, mas  ele  e minha Mãe criaram  a mim e  minhas  irmãs sempre  na  base  da  verdade,igualdade, justiça, RESPEITO.
Senhor M.S.. O Senhor  havia  perdido seu cheque  em sua própria  gaveta  ,mas  havia de  achar  um responsável  e fui naquela época  "eu"...

O Senhor  me  puxou pelos cabelos e  arrastou quadras  e quadras  até seu banco,para que eu  "confessasse" um crime  que  não havia  cometido! O Senhor,me  ofendeu de diferentes  formas  naquele dia, e eu  fiquei  anestesiada,sem  ação, senhor M.S.

Naquele dia mesmo, ao entrar naquele Banco, e ver  todos os olhares voltados para mim entendi como a sociedade  funcionava(salvo raras  exceções)..entendi  como seria minha vida  dali para frente  e  que eu teria  que ser muito, muito forte! Meus  cabelos  eram longos  e negros..o senhor recorda?

Me  recordo até hoje, de suas mãos apertando  minha nuca e puxando  meus cabelos..Quis tanto que meu Pai fosse  vivo! Quis tanto  contar á  minha Mãe e pedir socorro, mas  não podia, porque  tinha "vergonha", e nem sabia bem porque?!

Vergonha,humilhação, medo, tudo  eu sentia  e  vontade também de  gritar! Ninguém fez  nada..Recordo que o Gerente do tal Banco me olhava  com espanto, todos  no Banco olhavam com espanto, mas  ninguém FEZ  NADA! Tampouco o Guarda! Cada vez  mais eu entendia  como a sociedade  funcionava..na  vida  REAL, mundo REAL...

Esta era "eu"...

Senhor M.S. o senhor  "talvez  um dia leia este   blog, ou não,mas  porque escrevo  "hoje", aos meus 51 anos? 
Primeiramente  deixe-me  terminar algo que  ainda  me percorre  e  que agradeço  imensamente  pelos aprendizados  gerados  por  esta  atitude  sua em me responsabilizar  injustamente aos  13  anos...

Neste mesmo dia , ao retornarmos do Banco, onde  o senhor queria  que eu revelasse  ao Gerente  que  eu havia sumido com seu cheque   e  que por isto  o senhor  ia atrasar o pagamento de  todos  os seus funcionários, eu  fui  firme  ,com lágrimas que  despencavam em mim, eu disse: 

- Não fui eu! Não FUI EU!

O Gerente, apenas disse ao senhor que  retornasse  ao seu escritório e  buscasse  com calma  tentar  saber  onde  o "tal"  cheque estava..
Pois bem..Eu  e uma  colega na época,tão jovem quanto eu, fomos em busca do seu cheque e já  na  primeira gaveta  que abrimos, bem ao fundo..LÁ ESTAVA seu  cheque preso ao fundo..Senhor M.S!

O Senhor, logo  pegou  o cheque,mas  não foi capaz de  se  retratar, tampouco  de  retornar  ao Banco comigo..O Senhor  calou  e  dentro de  mim, calaram emoções ,indignação,tristeza, medo, vergonha..e eu não  entendia  tamanha injustiça!

Naquele dia  mesmo, o senhor  me  sugeriu que eu pedisse  "demissão"...e eu o fiz, porque  em verdade, não tinha  mais nenhuma condição senhor M.S..Nenhuma!

Eu  era uma mocinha  muito  madura e desde cedo  havia  "aprendido"  que  a  vida apresentava desafios  e  que  como capim, eu aguentaria as  intempéries,mas  renasceria, mesmo que demorasse e ao renascer, seria mais e mais forte! Também me determinei que "ali"  estava  sendo traçado um destino que  eu teria  que  percorrer..Sempre buscar ser Justa e  promover  justiça, com coerência,RESPEITO, sem diferenças..

"O Maior preconceito"é INDIFERENÇA diante das situações  que  devemos nos posicionar!
Aprendi tanto com o senhor..senhor M.S.

Naquele dia, ao chegar em casa, ao contar á minha mãe que  eu havia me demitido..
Não contei  o porque,para  poupá-la, porque ela, senhor M.S.  ainda  chorava a falta  de  meu Pai e trabalhava  muito para nos  manter, as  três filhas..Minha Mãe  me  dava dia dia  o exemplo  dos passos de uma  grande Mulher,Mãe, Guerreira..Ela  nunca  se casou de novo..Ela  nos criou! Eu só contei este  episódio, aos meus  18  anos para minha Mãe..Veja, por quanto tempo guardei  e obviamente, tive  outros  empregos, mas  confesso,não calo,tampouco me omito, em situações  que percebo serem INJUSTAS, ou de violações de Direitos, seja com quem seja, onde seja, vou  em frente á  manifestar-me,e assumo minha posição na roda...



Senhor  M.S...O Senhor e outras pessoas ao longo de  minha vida, me   ensinaram  sobre  o que  NÃO É  JUSTO, o que  não é ÉTICO,  e  sobretudo que  RESPEITO é  uma senha básica  na  Vida, mas  os  meus Pais, antepassados e  Ancestrais, me  imprimiram  valores  dos quais  não abro mão  e busco  seguir  sendo, quem sou..

As  crianças  senhor M.S, jovens, as pessoas...merecem  ser RESPEITADAS, desde cedo..sempre! 
Não se pode  "arrastar ninguém pelos cabelos", e  julgar as pessoas pelo tal    "nivel social", ou  cor diferente,culturas, modos de ser, diferentes..alegando que  estas  pessoas  sejam infratoras ,bandidas, ou  seja lá o que mais! 

Eu vinha de  um "nivel" simples senhor M.S.,mas de  bases muito  sólidas, raízes profundas,fincadas nesta Terra!





Pois  bem..lhe escrevi hoje para darmos este assunto  por aqui encerrado. Não  lhe encontrei mais ,nesta vida, e  não sei se  iremos  nos ver,novamente, até porque ,senão aconteceu, é  porque  não  era  mais para acontecer  e espero sinceramente que o senhor, e  ninguém,cometa este tipo  de  ato,insano, porque  estas  atitudes são mais que  degradantes !



Aqui deixarei  ,nesta carta  de ontem...algumas fotos de crianças  de  diferentes  locais e  situações porque para elas, por elas, sigo  minha vida..sem esquecer o ANTES, sem  esquecer  as  bases  em que fui criada, sem esquecer  que fui e sou e Não buscando tornar-me  nada diferente disto, mas  SER  e  fazer meu melhor, dia após dia..em prol da Terra  e  dos filhos(as)  desta Terra..
Esta  sou eu, hoje, aos  51...Onde me pinto em memória e Respeito aos meus antepassados, Ancestrais  e  também em situações  que  assim  me exige  a vida..Mas, isto  já  daria "outra  carta"...

domingo, 12 de maio de 2013


Gratidão  Maria Guiomar,Gil Collares

Nesta Carta de  "hoje", reflito ontem e o amanhã...


Faz pouco conheci Gil Collares  onde  também  desenvolvo trabalhos  sociais...
Muito embora  o sinta com a Alma,e nossos Espíritos e Corações já se conhecessem desde sempre.

Amigo, irmão, Parente...vou começar falando  em sua Mãe LINDA! 
Esta  mulher  que  encanta ,doce, forte, fragilidade,fortaleza tudo dança nela!!
Ultimamente  tenho sido mais que presenteada  com encontros e reencontros  que me dizem tanto!!!

Cada um tem lá seus  ensinamentos,seus percalços, seus desafios, dolorosos por vezes  e não somos diferentes, mas temos algo sim,algo que está relacionado, "talvez"  ao fato de  sabermos bem onde  nossas  raízes foram plantadas  e quem fomos,somos e onde  estamos indo...

Maria Guiomar, nesta noite  ,antes  de  seu filho  contar   que estava completando 35  anos,e antes de  entrar  "em cena"(MARAVILHO!!), eu  observava, sentia..Pois  havia  ido  ao local, sozinha e  normalmente  não costumo sair  à noite, só,mas  era  uma  situação MUITO ESPECIAL!!

Me  ajeitei,coloquei  a roupa condizente  ,sentindo nestes  desenhos, MÃE ÁFRICA! 
Indios e negros..Tantos  caminhos trilhados! Tanta memória
Logo a voz  de  todos os ancestrais, cantos e cantos de muita gente,  ecoavam  dentro de  mim,!!



E  Tudo começou em Canoas Maria..Uma bela tarde, seu filho e eu,preparávamos uma vivência em grupo no CREAS(onde  trabalhamos) e começamos à colocar músicas...
Eis  uma delas..

Não tivemos como não flutuar,não é Parente?

Mágico,não "MAMA Maria"! Permita-me assim te chamar!
Quero muito lhe  dizer  aqui ao pé do ouvido..que  ao lhe abraçar, SENTI,Mãe,através dos teus olhos que me contavam  tantas  histórias, e como te disse,os  "golpes"  da  Vida,são conquistas que  nos fortalecem cada vez mais!
O "Cokar Indígena" tem sua  razão profunda nesta  trilha..Onde  Guerreiros  e Guerreiras podem  curvar-se, ajoelhar...mas  Jamais DESISTEM e renascem  porque  suas  raízes  falam,seus cantos  são entoados em tamanha proporção que  ninguém os segura!!!

Voamos Maria!!  Voamos  Gil!!
Quero  aqui  reforçar meu apreço incondicional, eterno e GRATIDÃO!!!
Gil,naquela tarde  em que dançamos  juntos   no salão,preparando  a vivência juntos, meu irmão,amigo,  foi mais que Mágico!

Maria, Linda  Familia tens, gerastes  Filhos(as)Lindas  e  não é á toa que escrevo aqui, hoje, esta Carta  que estava guardada para  este DIA...

Felicitações Mboroxy, Nhandexy
Mãe...

Por Todos os Nossos Ancestrais!!

Aguyjevete hína ñande ypykuéra, ñande sy, ñande ru.. Hese, ñaime ko'ápe, ha ko'ángaite, upeicharamo, ñande mandu'a va'erã akói hese! 
(Estou agradecendo muito aos nossos ancestrais, nossa mãe, nosso pai... É por causa deles que estamos aqui!














domingo, 5 de maio de 2013

  Porto Alegre, 5  de  Maio/2013...



Quero aqui  agradecer á  Isabela Camine, Senira Beledelli que me  entregaram esta preciosa  Obra, com preciosas  Cartas que dispensam aqui comentários. devem ser LIDAS!
Abro  com uma  delas, para  reforçar  o fio condutor deste  espaço..

Cartas de Rosa Luxemburgo e Antônio Gramsci

Um pouco mais próximo ao nosso tempo, em meados do século XIX e XX,
encontramos Rosa Luxemburgo e Antônio Gramsci. Dois importantes pensadores e
políticos, cujos ideais de vida marcaram o seu tempo, especialmente pela luta em favor
da vida e liberdade de seu povo, pela contestação às injustiças sociais e pela forma

como se opuseram a elas. Ambos se destacaram pela capacidade de derrubar muros e
construir pontes. Em momento algum traíram seu projeto, sendo fiéis até o fim, mesmo
que isso tenha lhes custado à morte.
Rosa Luxemburgo (1871-1919) era judia, polonesa, jornalista, teórica marxista e
líder revolucionária. Muito cedo aprendeu falar fluentemente o alemão, o polonês e o
russo e, mais tarde, o francês. Uma mulher corajosa, escritora e excelente oradora.
Viveu e estudou na Alemanha, onde ingressou no Partido Social Democrata. Mulher
forte, cuja ideologia a fez perseverante até o último dia de sua vida, roubada a tiros
pelos Freikorps20. Suas “Cartas da Prisão” (1983), escritas e revistas com tempo e
dedicação, expressam e asseguram que princípios e valores humanos não devem ser
negociados por valor econômico algum, em nenhuma hipótese. Em 18 de novembro de
1918, com apenas 47 anos, poucos dias antes de sua execução, Rosa ainda encontrou
força para escrever uma carta a um casal de amigos, Marie e Adolf Geck, que tinha
acabado de perder o filho em um conflito. Em tom profético, Rosa escreve aos amigos,

Meus queridos, não se deixem vencer pela dor, não deixem o sol, que
sempre ilumina sua casa, desaparecer diante desse acontecimento
desesperador. Todos nós estamos sob o domínio do destino cego, meu
único consolo é o amargo pensamento de que também eu talvez seja em
breve mandada para o além – talvez por uma bala da contrarrevolução que
espreita de todos os lados. Mas, enquanto viver, continuo ligada a vocês
pelo mais caloroso, fiel e profundo amor, e quero compartilhar com vocês
todos os sofrimentos, todas as dores.

Antônio Gramsci (1891-1937) era italiano, filósofo, político, cientista político,
comunista e antifascista. Seus muitos anos de prisão em diferentes cárceres, entre
1926 e 1937, lhes possibilitaram escrever 478 Cartas, que compõem um
interessante “romance de formação”. De cunho social e político, estas
extraordinárias Cartas guardam memórias inéditas de um homem profundamente
inconformado com as questões sociais de seu tempo, inclusive a educação. Suas
cartas também denunciavam as condições desumanas do cárcere. Foi a forma de
ocupar seu tempo: lendo, escrevendo, projetando um outro mundo possível. São
cartas que falam do sonho de se ver livre e de como deveria ser a instituição escola
de seus filhos e das crianças italianas, dentro do projeto social que o fazia lutar,
mesmo vivendo em condições desumanas, privado de liberdade física.

10 de maio de 1928
Caríssima mamãe,
Não quero repetir o que já te escrevi tantas vezes para sossegar-te quanto
às minhas condições físicas e morais. Eu queria, para ficar tranquilo de fato,
que tu não te amedrontasses nem te perturbasses demais, seja qual for a
pena que me derem. Que tu compreendesses bem, e também com o
sentimento, que eu sou um preso político e serei um condenado político,
que não tenho e não terei nunca de envergonhar-me desta situação. Que,
no fundo, a detenção e a condenação eu mesmo as quis, de certo modo,
porque não quis jamais mudar as minhas opiniões, pelas quais estaria
disposto a dar vida e não só ficar na cadeia (Carta de Gramsci a sua mãe)

Aqui, nos cabe uma reflexão: ninguém pode prender um sonho e nem impedir
alguém de sonhar; ninguém pode matar a esperança de um povo sofrido a lutar...


Deixarei aqui este  convite, para  que  compartilhemos  junto ao fogo, sempre, nossas  falas, cartas, do Ontem, do Hoje...por UM NOVO AMANHÃ...


Ensaios  de uma  Simples  caminhante...