sexta-feira, 5 de julho de 2024

NÃO compre CULPAS

 





Todos nós buscamos o pertencimento, e dentre as Ordens do Amor da Constelação Familiar, talvez essa seja a ordem que mais nos une à nossa origem, à nossa família. O direito de pertencer diz que todos e tudo têm o direito de pertencer. Todas as pessoas, e todas as situações, sejam elas felizes ou não, têm um lugar em nosso sistema.

Bert Hellinger fala que quando vamos nos desenvolvendo e aprendendo, trazendo consciência para algumas questões do nosso sistema, começamos a querer mudar os padrões. Começamos a entender que aquele padrão de comportamento ou aquela questão específica que temos em nossa família não necessariamente precisa continuar.


Abro este tema e reabro muitas vezes...

Quem ainda não experimentou este sentimento?

A CULPA **************

MEDO************

********RAIVA...

Quando somos pequenos, estamos agindo muito pelo instinto.Se quiserem ir mais fundo no tema, podemos aqui elencar alguns tópicos ao final, bem interessantes e com fundamentos de bases científicas, psiquicas, emocionais, acerca de nosso cérebro, nossas emoções, crenças entram aí também, mas já em outros níveis de abordagem.

O objetivo aqui é desemaranhar e ressignificar para que se torne leve o olhar, o sentir, o caminhar...

Muitas vezes, tomamos culpas, por lealdade a alguém, por exemplo: um Pai ou mãe, irmãos...

Creio que é de vital importância aí, Constelar!

Localizar aonde se instalou e porque se instalou esta culpa.

Mais uma vez, temos um provocante texto de Hellinger, onde ele afirma categoricamente que não podemos nos livrar da culpa. Vamos entender isso? A constelação familiar sistêmica está de acordo com as mais profundas tradições orientais, como o zen, o tao e o advaita vedanta, que não trabalham com o conceito do certo e errado, tão difundido aqui no ocidente. Segundo estas filosofias, e segundo a constelação familiar sistêmica, tudo na vida material funciona através do equilíbrio e confronto de duas energias antagônicas. Somos levados a acreditar que existe o mal e o bem, quando na verdade, mal e bem são a mesma coisa, aos olhos sistêmicos. Se você, que está lendo agora estas linhas, lembrar de um fato ruim da sua vida, poderá ver inúmeros aspectos positivos deste fato: ele fez você se mexer. Ele lhe tirou da zona de conforto. Ele lhe deu maturidade emocional. Ele lhe desafiou e você descobriu talentos adormecidos. O fato ruim despertou sua fé… enfim, não é difícil ver que o ruim é bom em inúmeras situações, assim como o bom é ruim em inúmeras outras situações.

A sensação de culpa e inocência é inerente ao nosso tipo de consciência centrada no ego. Não há como fugir disso, e não devemos fugir disso. Esta força da culpa e inocência nos conduz, provocam reações. Fazemos algo pelo outro porque, no fundo, há uma culpa. Tenho que dar isso. Tenho que ir lá. Tenho que abraçá-lo. Tenho que ouvir. Tenho que ser bom… E quando fazemos o que a nossa “culpa” determinou, vem a sensação da inocência. Ufa! Estou me sentindo ótimo! Nossa, como foi bom ter confortado ele! Ai, que alívio…"

Com base em textos Sistêmicos, eu aqui introduzi o tema "Culpa",mas lhe pergunto:

Existe algo que você carrega e se sente culpado nisto?

Creio que o principal é reconhecer de onde vem isso.Vem de suas crenças? De perdão, de pecado, de certo e errado, de céu e inferno...

De onde vem esta Culpa?

Vem de seu sistema familiar onde Culpas eram atribuidas a alguém, ou à você?

Muitas vezes, podemos escutar: "Você é igual ao seu Pai": Um fracassado! Ou "Bêbado"...

Ou, você é igual sua avó "materna", era louca!

Ou, de repente, você tem filhos(as) e "algum destes filhos, ou um destes, apresenta um comportamento mais desafiador, contraditório, etc...etc...

Aí, muitas vezes vamos nos enredando e sofrendo ...culpando e sendo culpados.

Outro dia assisti um filme que se passava na África e na familia, existiam filhos e filhas diferentes.Me refiro a que o Homem, por ter mais de uma esposa, gerou filhos e filhas com mulheres diferentes e no meio de tudo isso, começam os emaranhados...

Não estou aqui julgando a cultura, as tradições, etc...Apenas olhando sob outros ângulos,porque é certo que podem ocorrer aí, muitos desdobramentos.

Assim como em nossa sociedade, as relações por si só trazem naturezas diferentes.

Daí surgem culpas, raivas, medos...sentimentos de impotência, ou de projeção e transferência.

Fulano diz: Foi culpa sua! Você puxou ao lado da familia de seu Pai, ou  sua Mãe e só em dizer isso, já imprimimos exclusões aí e onde se exclui, bem...até que alguém faça diferente, o sistema será disfuncional.

Reconhecer, não significa "aceitar" dando à cara à bater.

Reconhecer e aceitar, implica em compreender oque o outro fez, porque fez e saber que em tal época, era daquela forma, ou a pessoa não teve escolhas,também veio de toda uma circunstância onde o "desequilibrio" se instalou de alguma maneira...

Cultivamos algumas ideias morais sobre a culpa e a inocência. Pelo nosso olhar, acreditamos que os inocentes são “bons” e os culpados são “maus”.

Isso, claro, não falamos daqueles que cometeram algo contra a lei e o convívio na sociedade. O que se fala neste texto é sobre o sentimento interno de culpa ou inocência nos nossos movimentos da vida.

Hellinger, em seus estudos e observações, traz um novo olhar para esses sentimentos, e explica como nosso valor em relação à culpa e a inocência pessoais podem estar invertidos na nossa significação.

Ele afirma que podemos fazer coisas consideradas ruins com sentimentos de inocência e fazer boas coisas com culpa, ou má consciência. Esses sentimentos estão ligados, primeiramente, ao nosso vínculo familiar

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A consciência familiar

Em nossos relacionamentos experimentamos a consciência. Em nossas ações, tudo que fazemos e que produz um efeito sobre o outro vem acompanhado de um sentimento interno de “culpa” ou “inocência”.

Aquilo que causa dano ao outro, experimentamos como culpa. Porém, se fizemos algo que favorece o outro, sentimos inocência.

Em nosso sistema familiar, estamos submetidos à cultura dessa família, e o que sentimos como danoso ou como um favor também se altera conforme aquilo que é praticado por esse sistema.

Isso significa que o que pode ser visto como negativo em um sistema pode ser considerado algo positivo ou incentivado em outro. Essa é uma das principais descobertas de Hellinger.

“O que podemos observar nas Constelações familiares em relação à consciência coletiva? Em primeiro lugar, que não excluamos ninguém, seja na nossa família ou na família do cliente e que procuremos na família dele e na nossa, pelos excluídos, olhemos para eles, com amor, em nosso coração. Podemos fazer isso somente se tivermos deixado para trás a diferenciação entre o bom e o mau.”

Bert Hellinger

Nosso padrão de culpa ou inocência interna está atrelado ao que é aceitável ou condenável pela nossa cultura familiar. Se seguimos de acordo com o que é aceitável em nosso sistema familiar, experimentamos isso como uma postura inocente, sem peso.


Fontes abordadas aqui:

A Culpa no Saber sistémico