segunda-feira, 6 de maio de 2024

As tragédias sob a ótica Sistêmica


"O trauma se manifesta de várias maneiras diferentes. Cada pessoa lida e reage de forma diversa. Por isso, ao sermos confrontados com ele, pode ser bastante difícil lidar com as emoções. E para cada indivíduo há uma abordagem específica para superar o trauma."

Sim, estamos vivendo um período altamente desafiador e traumático.
A inundação de nosso RGS, certamente está nos desafiando a termos Fé, Calma, resiliência e uma série de outros desafios que não somente ocorrem neste agora, mas que já se reflete no amanhã.
As chuvas deste início de maio provocaram as maiores enchentes da história do Rio Grande do Sul. O grande volume de água atinge 385 cidades - mais da metade dos municípios gaúchos -, vem deixando bairros inteiros submersos e provocando a evacuação da população de áreas de risco para abrigos públicos.

Boletim das 12h de segunda (6/5)

  • Municípios afetados: 364
  • Pessoas em abrigos: 20.070
  • Desalojados: 129.279
  • Afetados: 873.275
  • Feridos: 291
  • Desaparecidos: 111
  • Óbitos confirmados: 83
  • Óbitos em investigação*: 4

*Está sendo apurado se os óbitos têm relação com os eventos meteorológicos.

Fonte: Defesa Civil

Ressignificando as tragédias

Não responsabilizar o outro pelos seus problemas e dificuldades, exercitar o não julgamento, respeitar as pessoas como elas são, não olhar apenas para o comportamento de uma pessoa e sim para aquilo que atua sobre ela. Não separar os bons dos maus, mas buscar a reconciliação entre todas as criaturas.

Em síntese, esses são os princípios que norteiam a terapia conhecida como Constelação Familiar, abordagem sistêmico-fenomenológica em que o terapeuta, aqui chamado de constelador, vai trabalhar com os conteúdos que emergem do campo sistêmico do cliente, não criando conceitos e teorias. Apenas mostrando aquilo que está oculto e atuando sobre a pessoa de forma inconsciente.

Os dados acima, foram coletados em sites seguros, como da defesa Civil e o site : O Tempo, sob a ótica sistemica, ressignificar as tragédias e é neste raciocinio que venho aqui compartilhar com vocês oque já venho mapeando a alguns anos.

Sou Terapeuta Sistêmica e também facilitadora em jornadas transpessoais terapêuticas, onde reúno cá, minhas ferramentas também fundamentadas na leitura somato emocional, fundamentos ancestrais e vivências diretamente com diferentes culturas e tradições, bem como crenças, filosofias e psicologia relacionada a estes assuntos.

Tenho a dizer que o RGS carrega sua história e esta, deve ser também avaliada para que possamos trazer à luz da consciência, aspectos que muitas vezes ficam "invisíveis" aos olhos, ao sentir...

Quero dizer que estas tragédias que hoje vivenciamos, também já existiram em outras décadas e por isto, refletem um campo transgeracional,também.

Já vimos, nossos Pais, talvez, citarem a enchente de 1941,porém o RGS já viveu outras catástrofes climáticas pelas águas, em outras épocas,lá pelos anos 1800...então, temos aí, registrada uma dinâmica desta Terra que abraça tantas culturas, tantas tradições, não?

Então, esta memória ,estes traumas passados, se refletem de alguma forma agora, mas, o que fazemos então?

Não temos aqui, a pretensão de gerar uma chave para isto, mas sim, integrar forças de Vida, da própria Terra, desta nossa Terra,deste Estado,RGS.

Aqui, tivemos muitas batalhas, por exemplo, a Revolução Farroupilha, que durou 10 anos!

Tudo isto, gerou uma memória,concordam?

Digamos que nossa natureza é aguerrida.Um povo que não foge à luta,mas também, ainda guarda em sua história, muitas marcas, marcas trágicas!

Agora, estamos vivendo este cenário de "guerra" e toda Guerra, deixa marcas que não se apagam, apenas, as guardamos lá, em um compartimento de nós mesmos.

O Olhar sistêmico trás à LUZ, o que necessita ser reconhecido e ressignificado. 

Todas estas pessoas, que perderam suas casas, perderam entes queridos, pessoas, animais...Todos nós, direta e indiretamente, estamos aí , vivendo esta tragédia, certamente a maior deste século e de outros...

Procurar olhar para tudo como foi e ver, realmente o que toca a cada um, também é tarefa de cada um de nós.

Como Terapeuta Sistêmica, busco olhar para este "campo morfico" e ver também meu lugar aí.

Há situações, em que realmente somos pequenos!Muito pequenos!

Estamos vendo dia após dia, cenas em que pessoas não puderam ser resgatadas, nem os animais e vieram a óbito.

O que busco neste contexto é não deixar que suas vidas  passem desapercebidas. Que estas vidas, sejam reverenciadas, honradas por nós.

Que possamos avaliar profundamente nosso papel em sociedade, coletivamente,bem como a forma como nos relacionamos uns com os outros, indo além de crenças, filosofias, partidarismos...

Que todos sejamos respeitosos com a Terra, com toda forma de vida que aqui habita.

Que possamos respeitar pontos de vista, modo de ser, de cada um.

Possamos avaliar melhor a cartilha de nossos comportamentos, ideais, valores...

Ofertar nosso melhor, agradecer todos os dias, por estarmos vivos!

Constelar, tem me auxiliado a auxiliar ,então, por isto trago estes olhares aqui.

Talvez, olhando este cenário com outros olhos, possamos ir além do aparente e traçar um plano daqui para frente, diferente do que até então estivemos praticando.

Fica esta simples partilha e também minha disponibilidade para auxiliar a nivel emocional.

Minha leitura de vida sempre foi que : Não busquemos desculpas por não fazer e SIM, razões para fazer!


Liana Utinguassu

Consteladora Sistêmica


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