segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A Boa e a Má Consciencia sob a ótica Sistêmica


Certamente, já aconteceu contigo, experimentar este sentimento de culpa, por fazer algo que considerava bom, ou, sem perceber, fez algo que as pessoas avaliaram como ruim?

Ao observar essas duas situações opostas de forma recorrente, Bert Hellinger, filósofo e criador da Constelação Familiar, chegou ao entendimento de que elas estão fortemente ligadas ao vínculo familiar

Voces encontrarão muito sobre o tema na internet, em vários outros canais, como youtube, por exemplo, mas o que desejo  aqui, não somente como Consteladora e facilitadora em Jornadas Terapêuticas transpessoais, é nos levar a uma visita à infância de todos nós.
Quando somos pequenos e até antes de nascermos, estamos captando absolutamente tudo que se passa com nossa mãe e já está provado pela Neurociência, pelos estudos transgeracionais, pela epigenética, que nós carregamos em nós, a memória de muitas gerações, Exatamente 256 memórias em nosso corpo, em nosso DNA.
Agora, voltamos à criança. Olhemos para esta criança em nós e busquemos recordar, para onde olhávamos lá aos nossos 5,6,7 anos... porque antes disto, sabemos que nossas memórias ficam em um compartimento de nosso cérebro Instintivo e não recordamos normalmente,porém, está tudo lá.
Vamos visitar aí. Vem comigo!
Respira, não tenha pressa! Algo aconteceu aí? 
Como tu te sentias nesta época?
Tu eras filha(o) único, ou tinha mais irmãos?
E tua relação com eles?
Tu eras mais nova(o) ?
Te recordas de algo que tenhas sentido "culpa", raiva, medo...
Algum fato marcante, como perda de alguém no teu sistema?
Mãe, Pai,avós...
E como eram tuas amizades?
Tu te sentias bem,nesta época?
Normalmente, nós "adultos", não costumamos refletir muito em nossa infância e muitas vezes, queremos esquecer, deletar algumas tantas "memórias", não é?
Aos olhos das Constelações, as origens de tudo, começa aí, na familia e no ventre de nossas mães, nossa primeira morada.
Esta Mãe que deu sua Vida, para que aqui chegássemos.Sim, independente do que quer que tenha acontecido, todos viemos de uma Mãe e somos fruto da  relação Mulher e Homem, às vezes esquecemos de olhar para nossos Pais, apenas como a mulher e o homem e antes de serem Pais, eles são simplesmente estes indivíduos que carregam suas imperfeições humanas como todos.
Algumas dinâmicas ocultas, já começam neste nosso olhar de criança para com nossos Pais, as primeiras "autoridades" que conhecemos e que nos espelhamos, não é?
Mas, há muitos desdobramentos neste processo, na vida de cada um de nós.
Toda criança, quer salvar seu sistema.Tudo que a criança vive em sua infância, é processado com seu instinto primeiro e aí ela vai lidando com sua estrutura infantil com tudo que presencia, tudo!
Vamos aqui imaginar que esta criança, perdeu sua mãe com 8 anos e esta mãe, sofria de alguma patologia grave.
Na consciencia desta criança,ela irá lidar com esta dor, como criança e isto significa que normalmente, ela não consegue, por exemplo, viver o luto, a tristeza deste luto, então, ela irá buscar mecanismos de defesa dentro dela, para lidar com esta dor profunda em sua alma de criança.
Ela, "poderá" lidar com seus sentimentos se defendendo através da raiva, um sentimento secundário, aos olhos das constelações;
Os sentimentos secundários e adotados, não pertencem à realidade, por exemplo, a realidade do luto, da tristeza que é pontual, é rápida, no sentido do sentimento.Nós, choramos, esbravejamos,mas depois de viver em sua intensidade, vai dando lugar a outro estado,onde sentimos o que era para sentir e agora, seguimos.O adulto elabora com consciencia,mas a criança não.
A criança, para pertencer ao bando, ela vai criando camadas e camadas dentro dela, para suportar a dor!
E vamos crescendo com tudo isso...
Muitas vezes, crescemos com  nossas personalidades "melancólicas", ou agressivas, ou arrogantes, prepotentes,desenvolvemos depressão, e outros sintomas, patologias por que estivemos "dissociados" da realidade, de nosso lugar em nossas familias. Muitas vezes, aí desenvolvem-se perfis como os Salvadores de plantão, aqueles filhos (as) que acreditam que é da responsabilidade deles "cuidar" do sistema, para este não sucumba e mais ainda, para que nossa consciência não contrarie o padrão  comportamental deste sistema familiar.Então, se nossa mãe sofreu, adoeceu, ou nosso Pai, também desenvolveu algum vício, como alcoolismo,nós vamos "tomando para nós", inconscientemente,porque aí, estamos presos lá atrás, na nossa criança que não quer ser "má", ela quer estar de acordo com todos aí.
E um belo dia, talvez, alguém no sistema, talvez um irmão mais novo, venha a tomar uma atitude diferente de todos e não seguir o "padrão", por exemplo, de sofrimento, de culpa, neste contexto familiar.
Começa aí a Consciência "pesada", por contrariar, todo sistema.
A consciência pesada, na verdade, é positiva, porque se rompe o circulo de sofrimento e então, passamos a fazer diferente.
Mas, as constelações alcançam algo que nenhuma terapia atualmente alcança.
Através das Constelações, podemos ver o que está gerações atrás.A epigenética, a neurociencia e a transgeracionalidade, mostram que por ressonância, vamos incorporando sentimentos, comportamentos que nossos ancestrais viveram por décadas atrás.
O reconhecer , tomar a força dos nossos Pais, mas a força de vida, respeitando seus destinos, suas escolhas, como grandes que são e   nos reconhecermos pequenos diante daqueles que nos deram a VIDA, é um dos recursos que em uma constelação se "alcança".
Tomar Pai e Mãe, não tem nada ver com tomar a pessoa deles,mas sim a nossa existência, concedida por eles.
Na medida em que constelamos, vamos aos poucos vendo estas camadas e camadas de memórias de padrões aí,transgeracionais.
O Campo mórfico ressona o tempo todo e estamos todos interligados.
Pertencemos aí e pertencemos também a esta Força Maior!
Esta força, diante de qualquer desequilibrio ,fará tudo para retomar a Ordem, por AMOR. 
Mas, afinal, de onde surgem os desequilibrios?
Todos nós, temos 3 consciencias:
Consciencia Individual (Nosso Eu primeiro)
Consciencia Coletiva(Consciencia de clã, de bando)
Consciencia Espiritual (Onde transcendemos além das primeiras consciencias e nos conectamos a algo maior e aí, todos pertencem!

Nossa Consciencia Individual é "egocêntrica), é ela quem cria as maiores desordens,pois sempre acaba excluindo alguém, condenando...
A Consciencia coletiva, incorpora o comportamento do clã e também exclui.
Aonde houver exclusão de alguém, a consciencia maior virá cobrar soluções e aí, é que muitas vezes, que paga a conta, são os descendentes: Filhos, netos...
O Adulto em nós, muitas vezes, está "aprisionado" a consciencia inferior ou coletiva e segue em um comportamento de dor, sofrimento, ou raiva, culpa, medos...
Adoecemos principalmente nesta esfera da consciencia individual, onde achamos que ninguém sabe mais do que nós,que nós é que sabemos tudo e não aceitamos palpites de outros, tampouco ajuda.
Tudo isso, é inconsciente.
Precisamos ver para crer!
A Abordagem sistêmica nos trás para algo que nos possibilita ver!
Quando vemos, tudo muda.Claro, o processo é de cada um nesta jornada,mas aquilo que precisava ser visto, ser reconhecido e encaminhado, dentro da gente, principalmente, acaba nos deixando mais "leves" e tomando nosso lugar na familia e em sociedade.
Quando achamos nosso lugar na familia, mudamos nosso lugar no mundo,compreendem?
Tenho vivenciado muitas mudanças em mim mesma, desde que ingressei neste olhar sistêmico e a cada Constelação, também "vou curando",muitas questões em mim mesma e meu sistema.
Quero contar algo à você leitor(a).
Em meu quinto livro, Equus & Ecos do Espírito, Constelações Sistêmicas com Cavalos, conto como tudo começou com os Cavalos.
Nestes movimentos com a Manada, quando participei de uma Constelação, uma égua, dentre 6 que estavam no redondel, esta égua, que eu escolhi para me representar, ela chega em um momento que salta cerca e sai campo afora.
Ali, pude ver claramente a mim mesma, diante de situações em meu sistema, com as quais eu não suportei lidar, por ser pequena, muito pequena e ainda me sinto pequena, diante da grandeza destes que vieram antes de mim.
É neste sentido também, que respeitamos a hierarquia e o equilibrio entre dar e tomar.
Ninguém consegue dar o que não tem.
Também, não devemos receber além do que necessitamos.
Estes são princípios para que a Ordem se restabeleça.
Acredito que de alguma forma, consegui dar uma "noção" destas consciencias que nos habitam e do como as interpretamos de forma "distorcida", desigual, muitas vezes.

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Liana Utinguassu



 

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