sábado, 21 de setembro de 2024

Revolução Farroupilha - Olhar Sistêmico



Neste 20 de setembro 2024, olho para o tema "REVOLUÇÃO FARROUPILHA", de outra forma...

Como Consteladora Sistêmica, gostaria de trazer um outro modo de encararmos as Guerras, as Tragédias, Conflitos...

Ultimamente, tenho refletido bastante sobre as "Forças do Amor", que Bert Hellinger, o Pai das Constelações Sistêmicas e Constelações do Espírito, nos trouxe de forma tão clara e assertiva, posso até acrescentar, Milagrosa!

Caro Leitor(a), não sei da tua familiarização com a abordagem terapêutica Sistêmica, então acredito que seria interessante ler mais à respeito.

Deixarei abaixo, mais alguns Links para vocês.

Bem, aos olhos das Constelações, existem algumas "leis", ou melhor, princípios sistemicos que devemos buscar conhecer.

Tres destes princípios ,compõem as ordens do Amor:

Ordem, Hierarquia, pertencimento, equilibrio entre dar e tomar.

Nesta Ordem, todos nós, temos atrás de nós, muitas gerações, todos que aí vieram antes e devemos olhar para eles, à começar por nossos

Pais, avós, Bisavós...

Estudos científicos, comprovam que todos carregamos memórias em nosso DNA, de muitas gerações, exatamente 256 gerações.

Este é um cálculo feito com base em toda nossa "arvore" genealógica.

A transgeracionalidade, a neurociência e epigenética,nos asseguram isto.

Partindo destes registros, nós, nem sempre conseguimos elaborar, conscientemente, o porque manifestamos alguns sintomas, patologias, comportamentos que não compreendemos, porque não alcançamos suas "origens".

Por exemplo: Um destes estudos, comprovou que descendentes de vitimas do Holocausto, manifestaram por exemplo, sensações corporais, emocionais, sonhos, com cenas que nunca viveram,mas sim, seus avós, bisavós, tataravós...

Assim, outros estudos foram registrando que sim, isto acontece de fato e pode desencadear outras tantas patologias, como Esquizofrenia, Epilepsia...

Não estamos dizendo que é regra geral, apenas que foram feitos estudos profundos que assim endossam estes acontecimentos.

Vamos agora, a Revolução Farroupilha.

O assunto é complexo, profundo e não tenho aqui, pretensões em dar aula de história, não sou cátedra no tema,mas "conheço" o suficiente.

Na revolução, aconteceram muitas tragédias, muitas traições, muitas mortes, fatos conhecidos e ocultados...

No video acima, dei um simples e breve relato do que ocorreu com os Lanceiros Negros, com os indios, com mulheres, homens, nesta Terra: Rio Grande do Sul.

Todos que aqui vivemos, na grande maioria, carrega na memória genética, a memória de todos que aí guerrearam.

Talvez você diga: Eu não, sou apenas Portuguesa, ou Italiana, ou Espanhola, enfim, mas, a base de nossas raízes, são primeiramente, negra e indígena, queiramos ou não.

Na época, como estes negros e indios, foram explorados, traidos, mortos injustamente, até hoje, se vive um "olhar de "exclusão" de  não reconhecimento, para com eles.

Aos olhos das Constelações, das leis e princípios do Amor e da Ajuda, de alguma forma, pela ordem natural das coisas, começamos a ver as necessidades aí, as dinâmicas ocultas, por exemplo de : Odio, de escassez, de vitimez, de agressividades que se perpetuam em nossa "sociedade", em nossas consciencias, individuais, coletivas e na consciencia "maior...

Tudo isto, é o que nas constelações "enfocamos".

Por exemplo: Descendentes de negros, indios...podem manifestar sentimentos inexplicáveis, patologias que se desencadeiam justamente por que "alguém" no sistema, foi excluido, foi vitimizado, suicidou-se...

Reforço, o tema vai longe...

Nas Constelações, a visão sistêmica, começa por reconhecer todos que aí estão e estiveram.Muitas vezes, nem sabemos, mas situações como "mulheres indígenas" que foram na época "violentadas", carregavam em seus ventres, filhos desta revolução, filhos de "europeus", por exemplo.

Não se trata aqui, de fomentar penalizações ou vitimizações, justo ao contrario. O termo tomar a força de vida, muito usado nas constelações, é perfeito em sua face libertadora.

Quando se reconhece tudo como foi e tomamos a força de Vida, honramos todos que aí se sacrificaram.

Agora, sentimentos como ódios, vinganças, sentimentos que nutrem culpa, medos,enfim, são traduzidos e enquadrados como sentimentos

primitivos, registrados lá em nossa consciencia instintiva, de sobrevivência, ou nossa consciencia arcaica, antiga, que trás a memória do clã, do grupo a que pertencíamos e pertencemos.

Negar é negar a vida.

Negar a força de todos!

Os filhos, netos, bisnetos...desta revolução, somos  nós todos!

Nós carregamos muitas memórias aí.

Fomos gerando nossas Familias, fruto de um complexo processo de misturas aí, entre, negros, indios, italianos, Protugueses...

Se vamos mapear aqui, de 1835 anos até os dias de hoje, temos que escrever muitos livros e ainda assim, não seria o suficiente,mas podemos olhar o cenário da época e pegar alguns aspectos interessantes:

Vamos lá, o nome REVOLUÇÃO FARROUPILHA, os esfarrapados, uma guerra separatista, o que buscavam equilibrar?

Por quem eram explorados? O que reivindicavam?

As cobranças indevidas de impostos altos, a insatisfação social, politica, econômica. A dependência...

A busca por liberdade!

Será que se alcançou?

Sabemos o cenário do nosso RGS, o cenário do Brasil...

A Dívida, parece ser eterna! 

Quem vem pagando esta conta?

O Povo! Todos nós!

Então, naturalmente, o "sistema" também vem a décadas, buscando "formas de compensação" e os reflexos destas compensações, são vistos em cada família Gaúcha, em cada canto desta Terra.

Mas, afinal, qual o benefício que as Constelações nos trazem?

Quando alguém Constela, por exemplo, falta de prosperidade, perdas constantes, patologias sistemicas , o campo Mórfico genético, vai mostrando oque precisa ser visto, reconhecido, para ser "reconciliado" dentro de nossas "polaridades", nossos sentimentos que ora são de vitimas, de agressores, de culpas, de medos, de ressentimentos, de conflitos que se repetem...Chamamos de emaranhados sistêmicos.

Uma ocasião, Constelamos esta Terra, onde residimos, aqui, em Porto Alegre/RS e descobrimos que esta área, era rota de fuga de negros e indios. Imaginem!

Caminhamos por este Rio Grande sem pensar sobre todos que aqui pisaram, morreram para que nós, aqui chegássemos, também.

Mulheres guardam em seus ventres, muitas memórias, abandonos, violências terríveis!

Então, agora, estás mais familiarizado com o olhar sistêmico?

Tudo é sistêmico! A Vida, nós, somos sistemas, nosso corpo vai compensando como pode, nossas "sensações, percepções", e muitas coisas inconscientes.

Quem mais sofre aí, são as crianças. Elas vão tomando, por amor cego, por lealdade ao sistema, todas as dores deste sistema.

Crianças sempre querem salvar ! Porém, elas não tem força suficiente, não conseguem elaborar ,com a razão, como o adulto "deveria" fazer.

Crianças, agem no instinto de sobrevivência.

Se olharmos para as crianças dos nossos Pais, dos nossos avós,e por aí formos vendo para onde olhavam lá, na época destas batalhas, por exemplo, talvez possamos dizer: Agora eu Vejo! Agora eu sei! Somos iguais!

SIM! Quando olhamos para nossa criança, para onde esta olhava, e a criança dos nossos antepassados, ancestrais, vamos alcançar outro patamar de consciência.

Hoje, posso dizer aos meus Pais, Avós...EU VEJO todos vocês!

Agora, posso dizer SIM a vida!

Não buscar mais "compensar", copiar, expiar a dor do meu sistema e repetir, para ficar com a consciência "leve", posso fazer diferente!

Este é o grande salto!

Em direção a Vida!

Que as revoluções, guerras, conflitos pelo mundo afora, possam ser processados de outra forma, para que alcancemos o Amor do Espírito.

Aí, Todos pertencem!

Não há separatismos!

Assim seja!

Agradeço por tudo!

https://aterraeredonda.com.br/revolucao-ou-processo-sistemico/

 


 

segunda-feira, 9 de setembro de 2024

A Boa e a Má Consciencia sob a ótica Sistêmica


Certamente, já aconteceu contigo, experimentar este sentimento de culpa, por fazer algo que considerava bom, ou, sem perceber, fez algo que as pessoas avaliaram como ruim?

Ao observar essas duas situações opostas de forma recorrente, Bert Hellinger, filósofo e criador da Constelação Familiar, chegou ao entendimento de que elas estão fortemente ligadas ao vínculo familiar

Voces encontrarão muito sobre o tema na internet, em vários outros canais, como youtube, por exemplo, mas o que desejo  aqui, não somente como Consteladora e facilitadora em Jornadas Terapêuticas transpessoais, é nos levar a uma visita à infância de todos nós.
Quando somos pequenos e até antes de nascermos, estamos captando absolutamente tudo que se passa com nossa mãe e já está provado pela Neurociência, pelos estudos transgeracionais, pela epigenética, que nós carregamos em nós, a memória de muitas gerações, Exatamente 256 memórias em nosso corpo, em nosso DNA.
Agora, voltamos à criança. Olhemos para esta criança em nós e busquemos recordar, para onde olhávamos lá aos nossos 5,6,7 anos... porque antes disto, sabemos que nossas memórias ficam em um compartimento de nosso cérebro Instintivo e não recordamos normalmente,porém, está tudo lá.
Vamos visitar aí. Vem comigo!
Respira, não tenha pressa! Algo aconteceu aí? 
Como tu te sentias nesta época?
Tu eras filha(o) único, ou tinha mais irmãos?
E tua relação com eles?
Tu eras mais nova(o) ?
Te recordas de algo que tenhas sentido "culpa", raiva, medo...
Algum fato marcante, como perda de alguém no teu sistema?
Mãe, Pai,avós...
E como eram tuas amizades?
Tu te sentias bem,nesta época?
Normalmente, nós "adultos", não costumamos refletir muito em nossa infância e muitas vezes, queremos esquecer, deletar algumas tantas "memórias", não é?
Aos olhos das Constelações, as origens de tudo, começa aí, na familia e no ventre de nossas mães, nossa primeira morada.
Esta Mãe que deu sua Vida, para que aqui chegássemos.Sim, independente do que quer que tenha acontecido, todos viemos de uma Mãe e somos fruto da  relação Mulher e Homem, às vezes esquecemos de olhar para nossos Pais, apenas como a mulher e o homem e antes de serem Pais, eles são simplesmente estes indivíduos que carregam suas imperfeições humanas como todos.
Algumas dinâmicas ocultas, já começam neste nosso olhar de criança para com nossos Pais, as primeiras "autoridades" que conhecemos e que nos espelhamos, não é?
Mas, há muitos desdobramentos neste processo, na vida de cada um de nós.
Toda criança, quer salvar seu sistema.Tudo que a criança vive em sua infância, é processado com seu instinto primeiro e aí ela vai lidando com sua estrutura infantil com tudo que presencia, tudo!
Vamos aqui imaginar que esta criança, perdeu sua mãe com 8 anos e esta mãe, sofria de alguma patologia grave.
Na consciencia desta criança,ela irá lidar com esta dor, como criança e isto significa que normalmente, ela não consegue, por exemplo, viver o luto, a tristeza deste luto, então, ela irá buscar mecanismos de defesa dentro dela, para lidar com esta dor profunda em sua alma de criança.
Ela, "poderá" lidar com seus sentimentos se defendendo através da raiva, um sentimento secundário, aos olhos das constelações;
Os sentimentos secundários e adotados, não pertencem à realidade, por exemplo, a realidade do luto, da tristeza que é pontual, é rápida, no sentido do sentimento.Nós, choramos, esbravejamos,mas depois de viver em sua intensidade, vai dando lugar a outro estado,onde sentimos o que era para sentir e agora, seguimos.O adulto elabora com consciencia,mas a criança não.
A criança, para pertencer ao bando, ela vai criando camadas e camadas dentro dela, para suportar a dor!
E vamos crescendo com tudo isso...
Muitas vezes, crescemos com  nossas personalidades "melancólicas", ou agressivas, ou arrogantes, prepotentes,desenvolvemos depressão, e outros sintomas, patologias por que estivemos "dissociados" da realidade, de nosso lugar em nossas familias. Muitas vezes, aí desenvolvem-se perfis como os Salvadores de plantão, aqueles filhos (as) que acreditam que é da responsabilidade deles "cuidar" do sistema, para este não sucumba e mais ainda, para que nossa consciência não contrarie o padrão  comportamental deste sistema familiar.Então, se nossa mãe sofreu, adoeceu, ou nosso Pai, também desenvolveu algum vício, como alcoolismo,nós vamos "tomando para nós", inconscientemente,porque aí, estamos presos lá atrás, na nossa criança que não quer ser "má", ela quer estar de acordo com todos aí.
E um belo dia, talvez, alguém no sistema, talvez um irmão mais novo, venha a tomar uma atitude diferente de todos e não seguir o "padrão", por exemplo, de sofrimento, de culpa, neste contexto familiar.
Começa aí a Consciência "pesada", por contrariar, todo sistema.
A consciência pesada, na verdade, é positiva, porque se rompe o circulo de sofrimento e então, passamos a fazer diferente.
Mas, as constelações alcançam algo que nenhuma terapia atualmente alcança.
Através das Constelações, podemos ver o que está gerações atrás.A epigenética, a neurociencia e a transgeracionalidade, mostram que por ressonância, vamos incorporando sentimentos, comportamentos que nossos ancestrais viveram por décadas atrás.
O reconhecer , tomar a força dos nossos Pais, mas a força de vida, respeitando seus destinos, suas escolhas, como grandes que são e   nos reconhecermos pequenos diante daqueles que nos deram a VIDA, é um dos recursos que em uma constelação se "alcança".
Tomar Pai e Mãe, não tem nada ver com tomar a pessoa deles,mas sim a nossa existência, concedida por eles.
Na medida em que constelamos, vamos aos poucos vendo estas camadas e camadas de memórias de padrões aí,transgeracionais.
O Campo mórfico ressona o tempo todo e estamos todos interligados.
Pertencemos aí e pertencemos também a esta Força Maior!
Esta força, diante de qualquer desequilibrio ,fará tudo para retomar a Ordem, por AMOR. 
Mas, afinal, de onde surgem os desequilibrios?
Todos nós, temos 3 consciencias:
Consciencia Individual (Nosso Eu primeiro)
Consciencia Coletiva(Consciencia de clã, de bando)
Consciencia Espiritual (Onde transcendemos além das primeiras consciencias e nos conectamos a algo maior e aí, todos pertencem!

Nossa Consciencia Individual é "egocêntrica), é ela quem cria as maiores desordens,pois sempre acaba excluindo alguém, condenando...
A Consciencia coletiva, incorpora o comportamento do clã e também exclui.
Aonde houver exclusão de alguém, a consciencia maior virá cobrar soluções e aí, é que muitas vezes, que paga a conta, são os descendentes: Filhos, netos...
O Adulto em nós, muitas vezes, está "aprisionado" a consciencia inferior ou coletiva e segue em um comportamento de dor, sofrimento, ou raiva, culpa, medos...
Adoecemos principalmente nesta esfera da consciencia individual, onde achamos que ninguém sabe mais do que nós,que nós é que sabemos tudo e não aceitamos palpites de outros, tampouco ajuda.
Tudo isso, é inconsciente.
Precisamos ver para crer!
A Abordagem sistêmica nos trás para algo que nos possibilita ver!
Quando vemos, tudo muda.Claro, o processo é de cada um nesta jornada,mas aquilo que precisava ser visto, ser reconhecido e encaminhado, dentro da gente, principalmente, acaba nos deixando mais "leves" e tomando nosso lugar na familia e em sociedade.
Quando achamos nosso lugar na familia, mudamos nosso lugar no mundo,compreendem?
Tenho vivenciado muitas mudanças em mim mesma, desde que ingressei neste olhar sistêmico e a cada Constelação, também "vou curando",muitas questões em mim mesma e meu sistema.
Quero contar algo à você leitor(a).
Em meu quinto livro, Equus & Ecos do Espírito, Constelações Sistêmicas com Cavalos, conto como tudo começou com os Cavalos.
Nestes movimentos com a Manada, quando participei de uma Constelação, uma égua, dentre 6 que estavam no redondel, esta égua, que eu escolhi para me representar, ela chega em um momento que salta cerca e sai campo afora.
Ali, pude ver claramente a mim mesma, diante de situações em meu sistema, com as quais eu não suportei lidar, por ser pequena, muito pequena e ainda me sinto pequena, diante da grandeza destes que vieram antes de mim.
É neste sentido também, que respeitamos a hierarquia e o equilibrio entre dar e tomar.
Ninguém consegue dar o que não tem.
Também, não devemos receber além do que necessitamos.
Estes são princípios para que a Ordem se restabeleça.
Acredito que de alguma forma, consegui dar uma "noção" destas consciencias que nos habitam e do como as interpretamos de forma "distorcida", desigual, muitas vezes.

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Liana Utinguassu